Saiba como usar o ácido salicílico sem causar danos
Indicado nos tratamentos de descamação da pele, como caspa e dermatite seborreica, o ácido salicílico também é conhecido pelas propriedades esfoliantes e antimicrobianas que afinam a camada espessa da pele e evitam a contaminação da epiderme pelas bactérias.
Mais do que isso, ele possui propriedades adstringentes, que regulam a oleosidade e tratam a acne, eliminando cravos e agindo como anti-inflamatório, além de combater o envelhecimento, reduzindo rugas e linhas de expressão.
Apesar do grande número de benefícios, a substância pode ocasionar escoriações na cútis e desenvolver graves problemas de saúde, se não for utilizada corretamente. Se aplicado sobre a epiderme mais de uma vez por semana, por exemplo, o produto pode provocar manchas avermelhadas, ressecamento e formação de crostas. Pessoas com a pele seca e sensível podem desenvolver ainda reação inflamatória e problemas de hipersensibilidade.
O caso pode ficar mais grave caso o paciente seja hipersensível à substância. E isso não é raro não. Estima-se que pelo menos 1% da população mundial sofra de alergia ao ácido salicílico. Carolina Reato Marçon, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que o salicilismo, como é conhecida essa reação alérgica, ocorre quando o ácido é aplicado em altas concentrações numa extensa área corporal (maior que 50%). "O paciente pode ter aceleração dos batimentos cardíacos, perda de audição, vertigem, desconforto abdominal e reações no sistema nervoso central."
Tratamento e alternativas
No caso de intoxicação pelo ácido salicílico, o paciente deve ser levado imediatamente a uma clínica médica para análise da extensão do problema. O tratamento, realizado por médicos dermatologistas, é feito à base de corticóides orais ou injetáveis, dependendo da gravidade da reação. Além disso, deve-se também evitar ainda a exposição solar, fazer uso de chapéus e protetores solares para prevenir queimaduras e manchas.
Presente na forma de sabões, detergentes, loções tônicas, compressas, géis e emulsões, em concentrações que variam de 0,5 a 2%, o ácido salicílico faz parte da composição de diversos cosméticos. Ele também pode ser usado na forma de peelings, em concentrações que variam de 20 a 50%.
Caso sua pele não seja compatível com o químico, isso não significa que você não poderá usufruir de alguns tratamentos ou produtos de beleza. Neste caso, recomenda-se o uso do ácido mandélico. "A substância é orgânica e dá resultados satisfatórios sem agredir a pele", afirma Anelise H. Leite Taleb, farmacêutica e Membro da Sociedade Americana de Farmacêuticos Cientistas.
Agência Hélice,
Especial para o Terra